sexta-feira, dezembro 18, 2009

Narciso, o Carneiro.


Carneiro é carente, mas sabe estar só.
Impaciente, mas não é urgente.
Distraído, mas não desatento.
Desleixado, mas quase sempre consigo.
É frágil mas aprendeu a aterrar de pé.
Possessivo, até ter.
Físico, não pornográfico.
O Carneiro gostava de ser cego,
e amar só com o instinto
Sexo é útil, não utilitário.
Tem prazer em dar prazer.
Raramente conhece o amor,
Mas nunca oferece indiferença.
Carneiro cativa, assusta-se e enfastia.
É moralista, porque se sabe defeituoso.
Odeia moralistas e irrita-se quando se houve.
O Carneiro é um adulto embriagado,
E uma criança muito sóbria.
Mente-se constantemente,
Mas confessa-se num poema.
O Carneiro é pão e vinho,
É um falso sofisticado.
O Carneiro tem um nariz largo,
e avalia-te pelo odor.
O Carneiro é um mau actor;
Um não músico;
O maior autor de sarrabiscos.
O Carneiro alimenta-se do talento dos outros.
O Carneiro é desassossegado
E não acredita no sentido da vida,
Mas revê Monty Pytons, à procura da resposta.
O Carneiro é de esquerda,
Mas desconfia que existam mais lados.
O Carneiro vai à luta,
Armado com tachos e panelas…
E quase que jura, que um dia venceu uma batalha.
O Carneiro não se deprime,
É alegremente deprimido.
O Carneiro só é bonito quando se distraí.
É repulsivo quando não controla o ego.
O Carneiro gosta de beijos
Pele e carícias.
O Carneiro andou na catequese,
e diz que dançar é rezar.
O Carneiro tem um cachecol velho
E que este o torna invencível.



O Carneiro descobriu o cachecol a desfazer-se.
O Carneiro não existe. Uso-o para me desculpar.


1 Comments:

Anonymous Anónimo said...


'..gostava de ser cego,
e amar só com instinto..'

que te diz agora o instinto.?

12:41 da tarde  

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