domingo, abril 22, 2007

Biscoito!

Dengosa de calça justa e ventre desabrigado,
proeminências discretas mas presentes.
O
lhar vazio atento ao potencial cheio.
Soava-me à fa
lta de algo, uma fome não sei de quê!
Enterneci-me, sou assim ...enterneço-me com estas coisas,
Ofereci-lhe um biscoito, aceitou.
E assim foi, acoitamos-nos duas vezes.

limpamos as migalhas do estaladiço tradicional,
cigarro do fim de refeição.
Refeição...não que o biscoito afague o estomago ou o coração...
mas sempre vai enganando uma fome.

quinta-feira, abril 19, 2007

Redoma invisível

Acariciar a alma com um olhar, esse dom de alguns para alguns.

Dos que des
lizam os olhos vagarosamente pelo discursso da indiziblidade,
e que arrastam a retina pe
lo chão taciturno e não a levantam em vão.
Para os que têm a
alma desassosegada, carente, flagelada, á procura de paz.

Dos resignados desadaptados, para os que emergem verdes a so
luçar
...porque descobriram que não têm
lugar.

quarta-feira, abril 18, 2007

Pele ícula





Película de plástico a envolver-te o corpo, como que uma segunda pele impermeável, que te cobre da cabeça aos pés, que não te deixa ser, apenas és através de um pequeno orifício na boca que faz com que pareças respirar.
É aí que me encontro, entre a pele que és e a pele que não és, também asfixiado e com as unhas doridas de tanto tentar alargar o orifício para poderes parecer que respiras melhor.
Dói-me as unhas, mas o cheiro do plástico já não é assim tão tóxico. E o pulmão..tão perto do coração.