Estoicismo
Preferia que me tivesses dado um tiro no ombro,
ao invés de proferires aquelas palavras
Um tiro no ombro,feri-lo, tirar-lhe a utilidade.
teria sido menos doloroso, e o ombro assim,
já não poderia ser mais o teu ombro
onde ainda podes vir soluçar.
melhor ainda, já não poderia ser mais
o ombro de ninguém,
onde mais nenhuma lágrima poderia voltar a escorrer.
Preferia um tiro no ombro,
um disparo imobilizante e redentor
certeiro e íntegro e heróico e sincero.
Do que as palavras que não te sairam fulminates
mas que se ecoaram vãs, sem ecos de ti.
Ainda sacudo o asco de tudo isto
por cima do meu ombro,
queria não o poder fazer.
Queria não lhe poder tocar
e deixar o asco de tudo isto
confecionar pús na ferida aberta
pela bala que insistes em não disparar.
Dispara! Seria um barbitúrico parcial,
um abate necessário,assim como o pastor
que abate a ovelha ferida
pela mandíbula das circunstancias
o moribundo animal, também ele sabe
que dói mais a quem prime o gatilho
do que a quem recebe
a bala caridosa.
È heróico!
ao invés de proferires aquelas palavras
Um tiro no ombro,feri-lo, tirar-lhe a utilidade.
teria sido menos doloroso, e o ombro assim,
já não poderia ser mais o teu ombro
onde ainda podes vir soluçar.
melhor ainda, já não poderia ser mais
o ombro de ninguém,
onde mais nenhuma lágrima poderia voltar a escorrer.
Preferia um tiro no ombro,
um disparo imobilizante e redentor
certeiro e íntegro e heróico e sincero.
Do que as palavras que não te sairam fulminates
mas que se ecoaram vãs, sem ecos de ti.
Ainda sacudo o asco de tudo isto
por cima do meu ombro,
queria não o poder fazer.
Queria não lhe poder tocar
e deixar o asco de tudo isto
confecionar pús na ferida aberta
pela bala que insistes em não disparar.
Dispara! Seria um barbitúrico parcial,
um abate necessário,assim como o pastor
que abate a ovelha ferida
pela mandíbula das circunstancias
o moribundo animal, também ele sabe
que dói mais a quem prime o gatilho
do que a quem recebe
a bala caridosa.
È heróico!